

A PRIMEIRA FONTE SOBRE A ATLÂNTIDA:
PLATÃO
A primeira informação concreta sobre a Atlântida vem de fonte ilustre: o filósofo grego Platão de Atenas (428–347 a.C.), um dos escritores mais prestigiados de todos os tempos. Discípulo de Sócrates, mestre de Aristóteles e fundador da Academia. Acredita-se que seu nome verdadeiro tenha sido Arístocles; Platão era um apelido que, provavelmente, fazia referência à sua característica física, tal como o porte atlético ou os ombros largos, ou ainda a sua ampla capacidade intelectual de tratar de diferentes temas. Sua filosofia é de grande importância e influência. Platão ocupou-se com vários temas, entre eles ética, política, metafísica e teoria do conhecimento.
Quem foi Platão? Denominado o maior pensador de sua época. Aos vinte anos, Platão travou relação com Sócrates – mais velho do que ele quarenta anos – e gozou por oito anos do ensinamento e da amizade do mestre. Daí deu início a suas viagens, e fez um vasto giro pelo mundo para se instruir (390-388). Em Atenas, pelo ano de 387, Platão fundava a sua célebre escola, que, dos jardins de Academo, onde surgiu, tomou o nome famoso de Academia. Nela ingressou Aristóteles com 17 anos de idade. Para Platão, o mundo concreto percebido pelos sentidos é uma pálida reprodução do mundo das Idéias. Tal concepção de Platão também é conhecida por Teoria das Idéias ou Teoria das Formas. O que há de permanente em um objeto é a Idéia, mais precisamente, a participação desse objeto na sua Idéia correspondente. Morreu com oitenta anos de idade.
Dedicou ao tema da Atlântida três de seus Diálogos, dos quais infelizmente somente nos chegaram dois, “Timeu” e “Crítias”.
Timeu é um tratado teórico na forma de um diálogo socrático. A obra apresenta especulações sobre a natureza do mundo físico. Participam do diálogo Sócrates, Crítias, Timeu e Hermocrates.
Crítias aparece como personagem de alguns diálogos de Platão, mas contrário à personagem dos diálogos, Crítias era uma pessoa atormentada e cheia de complexidades, e foi uma figura obscura na história de Atenas; após esta cidade cair nas mãos dos Espartanos, perseguiu vários de seus inimigos como tirano. Crítias era neto de Sólon e um dos membros do grupo de Trinta Tiranos que governou a cidade, dos quais era um dos mais violentos; era discípulo de Sócrates, fato que não ajudava Sócrates a ter uma imagem melhor junto ao público. “Crítias” é um diálogo inacabado.
Platão gravou e embelezou a história do neto de Sólon, Critias, o Mais Jovem. Assim começa o antigo relato: “Escuta-te pois Sócrates, existe uma história que é estranha, mas é por certo verdadeira, sobre um maravilhoso império que viveu, outrora avançada civiliação“.
Disse Timeu que ouviu contar esta história a Sólon*, um dos sete sábios da Grécia, quem por sua vez havia escutado dos lábios de um sacerdote egípcio em Sais. “…Ouvi, disse Crítias, essa história pelo meu avô, que a ouvira de Sólon, o filósofo. No delta do Nilo eleva-se a cidade de Sais, outrora capital do faraó Amásis e que foi fundada pela deusa Neit, que os gregos chamam Atena”.
Sólon foi um legislador que em 594 a.C. iniciou uma reforma social, política e econômica da polis ateniense. Ele cria a eclésia (assembléia popular). Na sua reforma, Sólon proibiu a hipoteca da terra e a escravidão por endividamento através da chamada lei Seixatéia; dividiu a sociedade pelo critério censitário (pela renda anual) e criou o tribunal de justiça. Suas atitudes, no entanto, desagradaram a aristocracia, que não queria perder seus privilégios oligárquicos, e o povo, que desejava mais que uma política censitária, e sim a promoção de uma reforma agrária. Sólon também era considerado um dos Sete Sábios da Grécia Antiga e como poeta compôs elegias morais-filosóficas.
Os habitantes de Sais são amigos dos atenienses, com os quais julgam ter uma origem comum. Eis por que Sólon foi acolhido com grandes homenagens pela população de Sais. Os sacerdotes mais sábios da deusa Neit apressaram-se a iniciá-lo nas antigas tradições da história da humanidade. Os sacerdotes fizeram saber a Sólon que conheciam a história de Sais a partir de 8000 anos antes daquela data:
“Ao menos aquilo que tu, o Sólon, acabas de falar da seqüência de tuas gerações, é bem pouco diferente de um conto infantil; pois primeiro vos lembrais de um só dilúvio na terra, embora ocorressem muitos dilúvios; e, depois, vós nem sabeis que a melhor e mais bela geração humana viveu em vossa terra, da qual descendeis vós e todo o vosso Estado moderno, graças a uma pequena tribo que sobreviveu ao cataclismo. Tudo isto vos ficou oculto, porque muitas gerações de sobreviventes passaram por este mundo, sem nada deixar escrito”. Na conversa que os sacerdotes tiveram com Sólon acrescentaram que calamidades maiores foram às vezes causadas pelo fogo do céu. “sempre houve e há de haver no futuro numerosas e variadas destruições de homens; as mais extensas , por meio da água ou pelo fogo, e as menores por mil causas diferentes
Nas destruições pelo fogo, prosseguem os sacerdotes, perecem os moradores das montanhas e dos lugares elevados e secos, de preferência aos que habitam às margens dos rios ou do mar (…), por outro lado, quando os Deuses inundaram a terra para purificá-la, salvaram-se os moradores das montanhas, vaqueiros e ovelheiros, enquanto os habitantes de vossas cidades eram arrastados para o mar pelas águas dos rios. (…) entre vós outros, mal começais a vos prover da escrita e do resto de que as cidades necessitam, depois do intervalo habitual dos anos, desabam sobre vós, do céu, torrentes d’água, maneira de alguma pestilência, só permitindo sobreviver o povo rude e iletrado. A esse modo, como se fosseis criancinhas, recomeçais outra vez do ponto de partida, sem que ninguém saiba o que se passou na antiguidade, tanto aqui como entre vós mesmos“
Há manuscritos, disseram, que contém relato de uma guerra que se lavrou entre os Atenienses e uma nação poderosa que existia na grande ilha situada no Oceano Atlântico, próximo do Estreito de Gibraltar. A ilha chamava-se Posseidonis, ou Atlantis
O começo do relato não poderia ser mais catastrófico: os homens já haviam sido destruídos e o tornaram a ser de muitas maneiras. A última, e talvez a mais dramática das vezes, havia ocorrido 9.560 anos antes da narração.
Naquele tempo, mas além das Colunas de Hércules, existia uma ilha do tamanho de um continente, mais extensa que a Líbia e a Ásia Menor juntas, à qual chamaram Atlântida em honra de seu primeiro rei e fundador, Atlas, filho de Poseidon(Enki). Do contexto se desprende que estava no meio do oceano, e que se tratava de um arquipélago, pois se afirma que saltando de uma a outra ilha se podia passar de um continente a outro até sua destruição.
Conforme a lenda, nos primeiros tempos, os deuses helênicos fizeram entre si a partilha do mundo(Enki,Enlil,etc), a cidade de Atenas pertencia à deusa Atena e Hefesto, mas Atlântida tornou-se parte do reino de Poseidon, deus dos mares(EA Enki).
Fala Crítias que o primeiro homem a habitar Atlântida fora Evenor, junto de sua esposa Leucippe. Desta união nascera Clito, a qual Poseidon viera a se apaixonar. Poseidon viveu na ilha por longo tempo em companhia da jovem Clito.
Poseidon
Para proteger a seus filhos e separar a amada dos restos dos mortais, o deus decide fortificar o território por meio de um canal de 100 metros de largura, outro tanto de profundidade e 10 quilômetros de comprimento, que conduzia a outro canal interior, que fazia às vezes de porto, no qual puderam ancorar os maiores navios da época. Em seguida foram abertas eclusas para atravessar os outros dois cinturões de terra que rodeavam a cidadela situada na ilha central, de forma que somente poderia passar um navio de cada vez. Esses canais estavam cobertos com tetos, pelo que a navegação se fazia por baixo da superfície, que estava elevada com relação ao nível do mar.
Após dividir a ilha em dez áreas anelares, cedendo-as a cada um dos dez filhos (cinco pares de gêmeos), Poseidon autorizou supremacia a Atlas, seu filho mais velho (primogênito), dedicando-lhe a montanha, de onde Atlas espalhava o seu poder sobre o resto da ilha. Atlas tornou-se a personificação das montanhas ou pilares que sustentavam o céu. A palavra grega Atlantis (Atlântida) significa “a ilha de Atlas’, assim como a palavra Atlântico significa “o oceano de Atlas”.
Atlas
Em cada um dos distritos (anéis terrestres ou cinturões), reinavam as monarquias de cada um dos descendentes dos filhos de Clito e Poseidon. Estes se reuniam uma vez por ano no centro da ilha. A reunião marcava o início de um festival cerimonioso em que cada um dos monarcas dispunha-se à caça de um touro; uma vez o touro caçado, beberiam do seu sangue e comeriam da sua carne, enquanto sinceras críticas e comprimentos eram trocados entre si à luz lunar, com a participação de seus cidadãos; isso servia para resolver todas as disputas de forma equilibrada.
Nos cinturões externos de terra, foram construídos ginásios para práticas esportivas e hipódromos, bem como moradia para soldados, hangares para barcos e armazéns para todas as modalidades conhecidas de artigos náuticos. O canal principal que servia de entrada para embarcações era muito movimentado, tanto de dia como de noite, o que demonstra ter sido Atlântida um grande centro comercial de seu tempo.
No segundo cinturão, os barcos podiam ancorar com maior segurança, e fazia deste uma espécie de porto. A ilha central estava totalmente amurada, com torres de vigilância de pedra de diversas cores. O muro que protegia a primeira das ilhas estava revestido inteiramente de cobre, e de estanho fundido o da segunda. Outro sistema de canais irrigava os campos.
A capital da cidade de Atlântida era uma maravilha de arquitetura e engenharia. A cidade tinha um muro coberto por um desconhecido metal, o oricalco, que etimologicamente quer dizer “cobre das montanhas”, e que somente era inferior ao ouro. Bem no centro havia um monte, e no topo do monte um templo para Poseidon e outro dedicado a Clito, ambos rodeados de uma cerca de ouro. O Templo de Poseidon tinha seu interior de oricalco, com artesanato de marfim e adornos de ouro e prata (Não se sabe ao certo o que era o oricalco. Pode ser uma liga de ouro/cobre, cobre/estanho ou cobre/zinco/latão, ou metal desconhecido).
Presida o templo uma estátua do deus, sobre um carro puxado por 6 cavalos alados, todo ele em ouro maciço. O palácio real era segundo os relatos “uma verdadeira obra prima de encantar a vista, por suas dimensões e beleza”.
O templo dedicado a Posseidon era cercado por um muro de ouro. Todo o templo era forrado de prata, com exceção dos acrotérios, que eram de ouro. No interior, a abóbada era de marfim, com ornamentos de ouro, prata e oricalco.
Havia também no templo estátuas dedicadas a diversas divindades, bem como outras que homenageavam os reis e suas esposas, além de um altar cuja beleza e magnificência não encontrava paralelo conhecido.
A cidade era composta de uma série de paredes e canais concêntricos. Poseidópolis era a capital do império.
Em “Timeu”, Platão descreve Atlântida como uma nação próspera, bem como os detalhes históricos de seu povo, com sua organização social, política e religiosa. Toda a ilha estava repleta de artísticas figuras em metais preciosos e madeiras. Floresciam as artes, as ciências, havia um extenso comércio com o exterior e seus habitantes realizavam viagens a todas as terras conhecidas do planeta, levando com eles sua cultura e civilização.
A Atlântida possuía 10 reis (os filhos e descendentes de Poseidon). Estes soberanos por sua vez, possuíam dentro de seus domínios “um poder discricionário sobre os homens e a maior parte das leis, sendo-lhes facultado castigar quem quisessem, ou mesmo condená-los à morte”.
Geograficamente, Platão descreve a Atlântida desta forma:
“toda a região era muito alta e caía a pique sobre o mar, mas que o terreno à volta da cidade era plano e cercado de montanhas que desciam até a praia, de superfície regular, era mais comprida do que larga, com três mil estádios na sua maior extensão, e dois mil no centro, para quem subisse do lado do mar. Toda essa faixa da ilha olhava para o sul, ao abrigo do vento norte. As montanhas das imediações eram famosas pelo número, altura e beleza, muito acima das do nosso tempo…“.
Segundo Platão, a Atlântida possuía a capacidade de prover seus habitantes com todas as condições de sustento, apesar de receber de fora muito do necessário, provavelmente, através do comércio. Havia na ilha grande abundância de madeira que com certeza foram utilizadas nas imensas obras lá construídas, bem como imensas pastagens, tanto para animais domésticos, como para selvagens, incluindo aí a raça dos elefantes, que teriam se multiplicado pela ilha. Por sua vez, toda sorte de frutos, legumes, flores e raízes existiam ali, sendo que o fabrico de essências e perfumes era corriqueiro. A extração de minérios, em particular o ouro, ocorria fartamente em Atlântida. As águas jorravam no centro da ilha, em suas imediações foram construídas “cisternas para banhos quentes no inverno”. Havia, contudo, locais próprios para os banhos dos reis, bem como modalidades específicas para as mulheres. Sua flora era exuberante.
Os atlantes desenvolveram-se de tal forma, que o grau de riqueza alcançado por sua civilização não encontra paralelo conhecido, sendo pouco provável que outros povos viessem a obter tamanha prosperidade e bonança.
Tanto a riqueza e a prosperidade do comércio, como a inexpugnável defesa das suas muralhas, se tornariam imagens de marca da ilha. Atlântida seria uma ilha de extrema riqueza, quer vegetal e mineral, não só era a ilha magnificamente prolífica em depósitos de ouro, prata, cobre, ferro etc. como ainda de oricalco, um metal que brilhava como fogo.
A Atlântida era governada em paz, era rica em comércio, avançada em conhecimento e dominava as ilhas e começou a expandir seu domínio: “Agora nesta ilha de Atlântida havia um grande e maravilhoso império que governou em toda a ilha e em várias outras, e em partes do continente”, ele escreveu “e depois, os homens da Atlântida dominaram as partes da Líbia dentro das colunas de Hércules até o Egito e a Europa, até a Tyrrhenia”.
A numerosa união com elementos estrangeiros trouxe ao continente a corrupção. Pouco a pouco surge o desejo de subjugar a outros povos, os quais consideravam inferiores. De acordo com a lenda de Platão, o povo da Atlântida tornou-se complacente e seus líderes arrogantes; à medida que o homem se tornava materialista e corrupto, as estrelas se deslocaram nos céus e o sol saiu em um ângulo diferente. Quando se deu a invasão da Europa pelos atlantes, foi Atenas, como cabeça de uma liga de cidades gregas, que pelo seu valor salvou a Grécia do jugo daquele povo. Se enredam em uma cruel guerra com a Grécia, a qual vencem irremissivelmente. Então Zeus(Enlil), vendo que uma raça memorável havia caído em tão triste estado e que se levantavam em armas contra toda a Europa e a Ásia, cumulou a Atlântida de terremotos, tempestades e enchentes, até o desaparecimento daquelas terras há 12.000 anos, que foi depois devastada por torrentes de chuva.
Se produziram enormes terremotos, e um violento terremoto sacudiu a terra, choveu torrencialmente durante um dia e uma noite. Os terremotos abriram grandes fendas nos solos e os vulcões vomitaram mares de lava. Todos os habitantes foram afogados e a ilha submergiu no mar, juntamente com as tropas gregas. Tudo ficou submerso por um dilúvio, apagando do mapa essa formosa terra.
A destruição de Atlântida
Platão adverte repetidamente que tudo o que conta ocorreu de verdade, inclusive avisando que os fatos podem parecer irreais por sua magnitude. Somente muda os nomes originais para aproximar mais o relato à vida cotidiana da Grécia.
Aquilo que, há dois milênios, Platão relatou a respeito da Atlântida, cabe em pouco mais de 20 páginas impressas. Pouco mais se sabe de Atlântida!
Em muitos pontos nos diálogos, os personagens de Platão referem-se à história da Atlântida como uma “história real”.
Platão também parece colocar na história muitos detalhes sobre a Atlântida que seriam desnecessários se ele pretendesse usar isso apenas como um instrumento literário.
“Crítias” termina de modo abrupto quando ressaltava a decadência de Atlântida e sua eventual derrota para os helenos. Presumivelmente o restante do texto foi perdido.
O tema não despertou maior atenção até a Renascença, época em que as navegações oceânicas e referências enigmáticas sobre outros povos nas tradições de culturas nativas americanas deram novo fôlego às especulações.
Dois sacerdotes católicos, o bispo espanhol Diego de Landa e o abade francês Charles de Bounbourg, ajudaram a reforçar o mito atlante. Diego de Landa Calderón foi bispo do Yucatã. Os seus textos contêm muita informação valiosa sobre a civilização maia pré-colombiana, apesar de ter sido o principal responsável pela destruição de muita da história, literatura e tradições daquela mesma civilização; observou num relatório que os habitantes do Yucatán diziam ter ouvido de seus ancestrais que sua península fora ocupada por um povo originário do leste, “ao qual Deus salvara, abrindo 12 passagens através do oceano”(Como Moises???).
Os estudos de Landa sobre a escrita maia serviram de base para Bounbourg tentar traduzir os códices em 1864. Resultado: um deles narrava uma catástrofe que levara ao afundamento de uma ilha chamada Mu, tal qual Platão descrevera no caso da Atlântida.
Atlântida então entrou no limbo do esquecimento do conhecimento ocidental por centenas de anos até ter seu mito resgatado pelo editor e ex-congressista americano Ignatius Donnelly em dois livros do fim do século XIX, “Atlantis, the Antidiluvian World”, de 1882 e “Ragnarok: The Age of Fire and Gravel”, de 1883. O primeiro se tornou um estrondoso sucesso de vendas, com mais de 50 edições lançadas até meados do século passado, a obra apresentava a Atlântida como “o Jardim do Éden”, o “foco das tradições das antigas nações” e “a memória universal de uma grande terra, na qual a primeira espécie humana desfrutara dias de paz e felicidade”. Donnelly recorreu não apenas aos “documentos” de Landa e Bounbourg, como também recolheu registros de praticamente todas as civilizações antigas, dos maias e índios americanos aos egípcios e fenícios. Seus equívocos são nítidos, mas despertou o interesse pelo tema.
Donnelly
Em meados do século 19, animais e vegetais de características semelhantes localizados em locais tão distantes, como era o caso dos lêmures, favoreciam a hipótese de que em tempos remotos havia uma massa de terra pela qual ocorreu todo o trânsito dessas espécies. O primeiro a propor a existência da Lemúria foi um zoólogo da Royal Society, Philip Schlater. Para justificar sua posição, ele listou indícios geológicos e botânicos de 22 espécies de fósseis encontradas tanto no litoral da África do Sul quanto no sul da Índia.
Nomes ilustres do meio científico, como o biólogo evolucionista Thomas Huxley e o naturalista Alfred Russell Wallace, apoiaram Schlater. Ernst Haeckel, divulgador da teoria darwinista na Alemanha, não só aprovou a idéia da Lemúria, como colocou ali o “provável berço da raça humana, que com toda a probabilidade ali se desenvolveu a partir de macacos antropóides”.


