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A Atlântida teria sido uma antiga ilha ou continente lendário, cuja existência

ou localização nunca foram confirmadas. Originalmente mencionada pelo filósofo grego Platão (428-347 a.C.) em dois dos seus diálogos, “Timeu ou a Natureza” e “Crítias ou a Atlântida”, conta-nos que o legislador Sólon (640-558 a.C.), no curso das suas viagens pelo Egito, questiona um sacerdote que vivia em Sais, no delta do Nilo, e que este lhe fala de umas tradições ancestrais relacionadas com uma guerra perdida nos anais dos tempos entre os atenienses e o povo de Atlantis. Segundo o Sacerdote, o povo de atlantis (ou Atlântida) viveria numa Ilha localizada para alem dos Pilares de Heracles (Hércules – freqüentemente identificado com o Estreito de Gibraltar), onde o Mediterrâneo terminava e o Oceano começava. Estendendo-se, em grande parte para Oeste, a ilha era maior que a Líbia e a Ásia juntas; “deste você poderia passar ao todo do continente oposto que cercou o verdadeiro oceano”, afirma Platão. [Nota: É difícil entender o que Platão queria dizer com a Líbia e a Ásia juntas, mas existe um consenso de que em relação à Líbia ele referia-se ao norte da África, e Ásia os gregos somente consideravam a península da Anatólia, atual Turquia e o Oriente Médio].

Estreito de Gilbratar

Representa a Atlântida o ponto de união, latu sensu, entre o Velho e o Novo Mundo, como também o berço das civilizações, umas extremamente adiantadas, outras caídas na barbárie e no selvagerismo, que apareceram após a sua decadência e queda.

 

Tão negado quanto famoso, o continente perdido da Atlântida é pedra-de-toque para um sem número de enigmas nas mais variadas ciências, como a Antropologia, a Arqueologia, a Botânica, a Zoologia, e muitas outras.

Platão

 

Costuma-se falar no Atlântico, sem pensar muito sobre a origem da palavra. De onde provém o seu nome? Em outros locais do globo salta aos olhos, por exemplo, a Índia, e ao sul, o Oceano Índico; procuramos e encontramos no mapa o Golfo Pérsico; nas proximidades do pólo está o Mar Ártico, na região ártica; no Leste Europeu, banhando os países bálticos, está o Mar Báltico e no Norte da Europa, está o Mar do Norte. Em toda parte, ao redor do globo, onde um mar deriva o seu nome de uma terra, este se encontra ao lado daquela. O Oceano Atlântico constitui a única exceção.

 

O mapa acima mostrando uma suposta localização de Atlântida foi desenhado pelo padre Athanasius Kircher*, por volta do ano de 1669, baseado nos relatos de Platão. Não se sabe porque ele inverteu a posição dos continentes e dos pólos.

Athanasius Kircher foi um jesuíta, matemático, físico, alquimista e inventor, famoso por sua versatilidade de conhecimentos e particularmente sua habilidade para o conhecimento das ciências naturais. Viveu parte de sua vida em Roma, onde

 

Fundou o chamado “Museu do Mundo”. Papas, imperadores, príncipes e prelados respeitavam suas investigações e, essencialmente, suas opiniões. Em Trapani e Palermo seu interesse foi despertado pelos restos de elefantes antediluvianos (mamutes). Usando um microscópio rudimentar, examinou doentes com peste e observou pioneiramente os vermes, construiu um aparelho para projetar imagens, conhecido como lanterna mágica (1646) e relacionou peste bubônica com putrefação. Para se ter uma idéia aproximada da sua atividade literária é necessário observar que durante sua curta estada em Roma nada menos que 44 livros foram escritos por ele. Considerado como o ultimo dos eruditos universais, Kircher, que falava dezesseis idiomas, dedicou-se ao estudo de, entre outros, egiptologia, geologia, medicina, musica e matemática.

 

A Atlântida teria desaparecido há mais ou menos 10.000 ou 12.000 anos atrás. Atlântida desapareceu em um só dia e uma só noite, e as causas podem ter sido várias. A mais conhecida é a do continente ter sido submerso devido ao fim da última glaciação pelo qual o planeta passou (há cerca de 80.000 anos atrás começou esse período, e acabou justamente entre 10.000 e 12.000 anos atrás). A conseqüência do fim do período glacial é o derretimento de grande parte do gelo acumulado e o conseqüente aumento do nível dos Oceanos. Daí a submersão do continente.

 

O tema não despertou maior atenção até a Renascença, época em que as navegações oceânicas e referências enigmáticas sobre outros povos nas tradições de culturas nativas americanas deram novo fôlego às especulações. Até mesmo Francis Bacon, filósofo do século 17 que lançou as bases do método científico, considerava perfeitamente plausível uma ligação do Novo Mundo com a Atlântida.

Francis Bacon

 

O tema da Atlântida tem dado origem a diferentes interpretações, umas mais cépticas, outras mais fantasiosas. Segundo alguns autores, tratar-se-ia de uma metáfora referente a uma catástrofe global (identificada, ou não, com o Dilúvio), que teria sido assimilada pelas tradições orais de diversos povos e configurada segundo suas particularidades culturais próprias.

Sua existência foi cogitada e investigada sobre os mais variados aspectos, dentro e fora dos limites daquele oceano, mas nada de definitivo foi descoberto até hoje. Há diversas correntes de teóricos sobre onde se situaria Atlântida, e quem seria o seu povo.

 

O que se acredita é que a Atlântida situou-se em épocas além da origem conhecida da história e que dela adveio o modelo original para a edificação de todas as pirâmides existentes no mundo.

Uma civilização perdida no tempo deixou sua marca pelo mundo? Sacerdotes egípcios falaram a Platão sobre tal civilização que existiu há 12 mil anos. Mas segundo a ciência, a humanidade surgiu na Idade da Pedra há uns 5 mil anos. Há 13.000 anos atrás grupos de caçadores começaram a se assentar e cultivar a terra, segundo a história tradicional. Haveria alguma civilização antes disso? É possível que quase tenhamos perdido todo o registro de uma civilização imperial?

 

A história antiga da humanidade em grande parte se constitui um enigma. São fragmentos de história sem explicação que questionam a opinião tradicional de arqueólogos sobre as civilizações antigas. Existe muito mistério sobre o passado, e de como evoluímos da Idade da Pedra até a civilização. Por milhares de anos “homens primitivos” desenvolveram separadamente, em diversas partes do globo, a escrita, a arquitetura, as religiões (mitos) e a astronomia (matemática). Finalmente, eles construíram os grandes monumentos do Mundo Antigo.

 

As pessoas da Antiguidade espalhadas em todas as partes do mundo, que aparentemente não tiveram contato entre si, estavam fazendo coisas muito semelhantes; construindo pirâmides e estudando as estrelas. Uma explicação para estas semelhanças desconexas era o resistente mito de Atlântida. Outros lugares julgados como sendo míticos, como a Tróia de Homero revelaram-se verdadeiros. E Platão afirmou que seu relato sobre Atlântida era real, não ficção.

 

A descoberta de restos culturais milenares e as referências que aparecem nos textos mais primitivos dão base real à possibilidade de que existiram civilizações anteriores às mais antigas que conhecemos, que estiveram localizadas em regiões ignoradas do globo e foram possivelmente submersas por súbitas catástrofes. Pode-se falar seriamente da Atlântida ou da Lemúria? A recontagem das evidências parece nos apontar que sim.

Teóricos proclamam que os historiadores ignoraram evidências de uma civilização perdida de sofisticação espetacular, a chave do nosso passado. Se for verdade, este episódio esquecido vai subverter todas nossas idéias sobre as origens da civilização. Toda a nossa concepção da pré-história pode estar errada…

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